segunda-feira, 18 de julho de 2011

Coisas da Vida

Passado mais de meio século de existência procuro fazer balanços. Momentos de meditação que por não serem importantes, são pelo menos formas compostas de perceber o que vivi. Sempre com saldo positivo. Por duas razões, uma porque teve que ser e outra porque não podia ser de outra forma. Há no entanto dois ditados a que me reporto e onde encontro um resumo quase perfeito e linear.
"A montanha pariu um rato" e "Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol".
No meu caso, e porque tenho pouco mais do que metro e meio consegui inverter o sentido da primeira frase. Mas nada é por acaso. É que se no primeiro caso temos um provérbio bem português, no segundo temos um que é de origem chinesa.
Como portugueses que somos temos o privilégio de inverter a vida, os sentidos e os conceitos. Depois justificamos-nos com a evolução, com os traumas, com tudo o que nos possa tornar impunes. Mas para compor as coisas, e rebuscando os baús do bom senso, lá vem o segundo provérbio, que talvez por ser mais sábio e vindo de outros povos onde as regras não se apagam, fica tudo explicado... tão nítido como a água dos rios que corre direitinha para o mar. Destino para que foi destinada. Como eu, como todos nós, filhos, amigos, vizinhos.
E o que é certo é que a montanha está lá quantas vezes indiferente ao ratinho que a pariu.
Coisas da vida.





sexta-feira, 8 de julho de 2011

Estou cansada


Estou cansada!
Cansada de sentir, de ver,
De pensar e parecer
Cansada do que me rodeia,
E para o qual não sei viver.
...Estou cansada de estar cansada,
De pensamentos e ideais
Porque estar cansada, cansa,
E cansada estou eu de mais.
Ao longe, avisto a calma,
Que me sorri como a vida passada
E para lá vou deambulando.
Deito-me e adormeço…cansada.