quarta-feira, 27 de julho de 2016

Diariamente assisto a investidas colossais para destruir a mente humana. E depois não digam que a doida sou eu, se eu afirmar que nunca tanta gente se preocupou tanto com tão pouco. Que é feito de gente que inventa alguma coisa para melhorar a nossa vivência sobre a terra? Gente criadora de coisas que nos deleitem sem nos agitar o corpo até à quase morte? Gente que investigue, descubra, prove, comprove e depois descanse sobre os resultados que transmite a quem não sabe quase nada. Hoje em dia corremos atrás daquilo que não existe, mas numa correria que nos destrói, numa ânsia que nos atropela e atropelamos quem está ao nosso lado, até conseguimos atingir quem está bem longe porque o alcance dos meios de comunicar são infinitos... não serão infinitos, porque infinito é o espírito... é uma forma de medir a grande dimensão. Porque a palavra infinito também se tornou infinitamente falsa. Pensamos que nos prolongamos, no poder, na inteligência, nas capacidades intelectuais. Pensamos. Efectivamente não. Parece que já ninguém entende que ser e estar é muito diferente de ter e deter. No fundo somos uns pobres espertos que caminhamos nesta lama nojenta de saberes que nos destroem, que nos abortam, e acreditamos que somos o máximo. Como ouvi dizer um dia destes a alguém detentor de um bom titulo académico "a senhora pode fazer tudo desde que não desempenhe actividades intelectuais". E nesse dia realmente eu fiz tudo: sentei-me, levantei-me, comi, bebi, falei, subi e desci escadas, mexi quase todos os músculos para que não entorpecessem mas também de forma que não me sentisse com muito calor (estava um dia que mais parecia uma brasa). Ahhhh... mas não desenvolvi actividades intelectuais... atenção. Foi uma ordem que dei a mim própria - Manela o intelecto vai separar-se do teu corpo e fica ali sossegado enquanto tu fazes tudo. O resultado foi claro: tive muito mais tempo para pensar, observar, discernir. Cuidado senhores que mandam nisto tudo. Nunca mandem separar uma coisa da outra (o corpo do intelecto), porque o resultado pode ser catastrófico e muita gente pode virar inteligente. É que correr atrás de Pokemons só requer um bocadinho de corpo e o resto é o que "eles" mandam fazer (até já se fazem seguros para quem investe muito com o corpo, é que se morrer sempre pode levar o seguro no sarcófago). O pior disto tudo é que no fim - o corpo é que paga!!!